Nessa crise política contemporânea em que todas as instituições, conselhos e entidades tomam partido de um lado ou de outro, uns de forma mais escancarada outros de forma mais velada, aproveito a sazonalidade da data para expor qual foi a resposta do mestre Jesus quando questionado se era lícito pagar os tributos a César ou não.
Assim como hoje, extremistas que brigam entre si para atrair multidões para sua linha de pensamento já existiam desde que o mundo se conhece como mundo. No contexto do texto, onde Israel era território dominado pelo império romano cujos tributos eram altíssimos, (muito mais os que o IRPF que reclamamos hoje) aqueles que queriam saber em qual "extremo" Jesus se posicionaria o questionavam acerca do tributo pago ao imperador César, se era lícito ou não.
Boa parte da multidão, cansada da escravidão e dos altos impostos ansiava a resposta "Não" de Jesus, todavia a resposta foi muito mais profunda que uma simples palavra, a resposta foi: "de quem é a inscrição dessa moeda?" De César, responderam.
"A César pois o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Cadê o sistema binário de esquerda X direita? Cadê a resposta simplista que todos esperavam para a crise da época?.
A resposta de Jesus não foi nem Lula nem Moro, nem filosofia da França nem da Alemanha.
Não foi uma resposta binária, foi quântica!
A primeira parte, "de César o que é de César", foi um chamado à responsabilidade social de pagar os tributos, e não fugir do sistema gerado pelo próprio homem. Já na segunda parte, muitas vezes esquecida, Jesus disse: "A Deus o que é de Deus", um chamado à ética, ao mandamento de amar e respeitar o próximo.
A raiz de todos os males não está no sistema que o homem gera, mas no próprio homem. Nossa política é em grande parte reflexo da forma interesseira que agimos uns com os outros.
Feliz Páscoa!