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segunda-feira, 22 de julho de 2013

A Utilidade da “inútil” Teologia de Dawkins por Carlos Franciscon


Recentemente ao ler um artigo de Richard Dawkins, intitulado, “A inutilidade da Teologia”, conclui algo que vinha pensando há certo tempo; o quanto a Teologia moderna tem sido inútil da tarefa de mostrar sua utilidade ao mundo.
Dawkins inicia seu artigo criticando um editorial do Jornal britânico Independent, que pedia a reconciliação entre ciência e teologia, levando em consideração todos os feitos ditos puramente científicos, e a ausência de tais feitos por parte da Teologia.
Concordo com o Teólogo Francis Schaeffer em seu livro “A morte da razão”, onde ele defende a idéia de que a ciência moderna está morrendo justamente por estar abrindo mão da sua origem divinamente inspirada e transformando-se cada vez mais em estatística e empirismo puro. Interessante o fato que boa parte das criações e avanços citados por Dawkins como feitos da ciência, surgiram de pesquisadores cristãos, como Galileu, Roger Bacon, Isaac Newton, Michael Faraday, dentre outros...
Não culpo Dawkins por pensar como pensa, culpo a ineficiência da Teologia moderna em transmitir conhecimentos palpáveis ao mundo, sem afirmações mágicas, e abracadabras.
Conhecendo algumas obras de Dawkins, afirmo que boa parte dos seus ataques à teologia são fruto de sua falta de conhecimento nessa área, ou conhecimento fragmentado de parte dela, sendo que boa parte desse conhecimento teológico parece ter vindo das idéias de alguns teólogos fundamentalistas, que insistem em atribuir à bíblia características que ela não tem tais como sistemática científica ou arqueológica por exemplo.
Foi esse tipo de fundamentalismo que quase matou Galileu, pois suas descobertas não condiziam com a exatidão científica que acreditam possuir a Bíblia, sendo a mais provocante delas afirmar que o Sol não gira em torno da terra como dizia a tradição da época.
Sem dúvida a Bíblia Sagrada hoje é uma das maiores fontes de discussões entre vertentes religiosas e científicas, alguns cientistas modernos tentam incessantemente mostrar a inutilidade da religião, como esse artigo de Dawkins; outros tentam provar que fatos descritos não condizem com a realidade científica, alguns fundamentalistas religiosos por outro lado insistem em afirmar a ciência dos fatos bíblicos como se a exatidão científica fosse o objetivo das sagradas escrituras.
È notável que ciência tem sua importância no entendimento humano das coisas, aliás a verdadeira ciência primitiva surgiu do pressuposto que Deus criou o homem inteligente, portanto capaz de estudar o mundo que o cerca.
O próprio Galileu tentou expressar a veracidade bíblica dizendo ”Deus escreveu dois livros A Bíblia e o livro do Universo”, os dois são verdadeiros, mas em linguagens diferentes. È claro que Deus não escreveu literalmente um livro do Universo, mas isso mostra que o Universo não está confinado em poucas páginas.
Gostaria de propor um exercício para mostrar a futilidade dessa briga de razão, fazendo uma comparação do Universo com um aparelho eletrodoméstico.
Imagine que o Universo criado por Deus é como um televisor, e a Bíblia como o manual de usuário desse televisor. É possível entender o funcionamento do televisor de forma técnica apenas lendo o manual de usuário? Certamente pouco.
Mas o manual de usuário ensina como lidar com o televisor, possui dicas de conservação e limpeza, dentre outras facilidades. Por outro lado imagine que a ciência moderna é como o manual técnico do televisor. È possível conhecer as facilidades do televisor, dicas de uso entre outras, apenas pelo manual técnico? Não.
Mas o manual técnico ensina os princípios de funcionamento, o funcionamento do CRT “tubo” capaz de gerar pontos coloridos que nosso cérebro entende como imagens, manutenção dentre outros detalhes técnicos adicionais.
Tanto o manual de usuário como o manual técnico, falam sobre o mesmo televisor, porém cada um sobre um prisma diferente, assim como a Teologia e a Ciência. A Teologia não pode negar a Ciência, mas não precisa explicá-la, assim como a verdadeira Ciência não pode negar a Deus apesar de ser incapaz de explicá-lo.
Se olhássemos para os manuais do televisor com os mesmos olhos céticos dos fundamentalistas religiosos e dos cientistas ateus, também acharíamos divergências entre o manual de usuário e o manual técnico do televisor, afirmando que um ou outro é mentiroso, observe um exemplo, de possível ponto de crise:
O manual de usuário explica que quando se liga o televisor aparece um conjunto de imagens, já o manual técnico diz que ao ser ligado o Televisor produz um feixe de elétrons que ilumina pequenos pontos no fundo do tubo, Será que algum dos dois manuais está mentindo ou estão dizendo a mesma coisa em linguagem diferente?
Essa deve ser a forma de encarar fé e ciência, não como combatentes, mas como parte de um processo de construção de conhecimentos desse misterioso e maravilhoso universo que nos cerca.
Concordo que atualmente a Teologia pouco tem feito na sociedade, porém questionar a existência da Teologia como campo do conhecimento, como faz Dawkins na frase final de seu artigo, é no mínimo tão ingênuo como um simples cidadão do campo sem formação nem conhecimento político questionar a utilidade da própria política, já que na sua visão popular todo político é corrupto e não produz nada de bom.
Se a Teologia produziu algo de útil? Analise a história dos grandes cientistas do passado e descubra o papel inspirativo da Teologia em suas vidas.
Respeito a formação de Dawkins dentro da sua área, principalmente biológica, mas para um intelectual desse porte, uma crítica à determinada área do conhecimento deveria no mínimo vir acompanhada de elementos mais completos e fundamentados e não apenas de trivialidades que até mesmo os teólogos concordam.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nós e Judas, mais semelhanças que diferenças, acredite.



O fato de Jesus escolher doze homens distintos para serem seus apóstolos, nos ilustra uma série de exemplos para nossas vidas,. Podemos fazer alusões às nossas personalidades conforme as peculiaridades de cada apóstolo.
É bastante comum comparações desse tipo com o temperamento sanguineo de Pedro, a incredulidade de Tomé e a teimosia de Tiago por exemplo, mas gostaria de levar adiante essa linha de raciocínio comparativo para uma breve reflexão sobre nossas semelhanças com Judas Iscariotes.
Talvez você esteja pensando que falarei acerca das pessoas que recusaram a Jesus publicamente, ou que não querem fazer parte da igreja, mas pretendo abordar exatamente o oposto; Cristãos frequentadores de igreja e suas semelhanças com Judas.
Que Judas traiu Jesus é fato conhecido, mas se faz necessário refletir sobre o que poderia ter levado Judas a tal ato para se fazer uma comparação com essas semelhanças.
Dentre as várias teorias existentes, queria ressaltar uma das mais aceitas e plausíveis, que servirá de base para essa reflexão.
A de que Judas foi sincero em seguir Jesus, porém com a falsa esperança de que Jesus traria a liberdade ao povo de Israel do domínio Romano, todavia ao ver que essa liberdade física não era o propósito de Jesus, Judas se decepcionou com o mestre o que facilitou sua traição.
Aliás, esse tipo de falsa esperança era comum mesmo nos tempos dos profetas, Ezequiel combateu os falsos profetas que prediziam tempos de paz quando não haveria. Desde o início o povo sempre teve dificuldade de aceitar o sofrimento físico como vontade de Deus.
Judas tinha o desejo de ver o povo livre do sofrimento causado pela opressão Romana, aos olhos românticos é um desejo louvável, mas essa não era a vontade de Deus no momento, quando Judas foca no desejo de sua vontade, Jesus sai de foco, e deixa de ser um aliado. Esse é exatamente o grande problema que vive a igreja hoje, os objetivos pessoais se tornam o foco e Jesus saí de cena da nossa vida.
Quantas pessoas estão na igreja hoje buscando prosperidade, felicidade, saúde, lazer, bem estar, ou seja, praticamente tudo menos a cruz, a redenção, o perdão.
Infelizmente acaba acontecendo com essas pessoas o mesmo que aconteceu com Judas; se frustram e abandonam a Igreja.
A maior arma contra esse mal é aceitar a soberania de Deus. É crer que Deus tem todas as rédeas da nossa vida e colocá-lo como foco central.
Servir a Deus é mais do que freqüentar a igreja, até porque é fora da igreja que mostramos nossa servidão. Servir a Deus é acima de tudo uma vida de paz e submissão independente da circunstância que se vive.
O conhecído Físico Steppen Hawking. escreveu um livro entitulado, “O Universo dentro de uma casca de Noz” Alguns cristãos poderiam escrever uma biografia chamada O Universo dentro do meu Umbigo.
Quando se tem uma visão egoísta de mundo fica fácil trair Jesus por até menos que 30 moedas de prata.
Agora pergunto, somo tão diferentes de Judas como pensamos?

Aceitar Jesus, Será?

O que significa aceitar Jesus?
A forma como esta expressão vem sendo utilizada nos dias atuais coloca Jesus como mais uma dentre as centenas de outras opções existentes nessa sociedade pós-moderna, tais como, aceitar a Buda, aceitar as Teorias de Allan Kardec, aceitar a Hare Krishna. “Eu aceito Jesus” virou sinônimo de “Agora eu faço parte da cultura Gospel”.
Partindo de um ponto de vista cultural, aceitar a Jesus hoje é apenas tornar-se parte de um universo de pessoas chamadas evangélicas, com sua própria forma de falar, seu próprio jeito de vestir, sua própria bagagem cultural, que se fecham em seus templos de tijolos, convidando mais e mais pessoas para fazerem parte dessa sua cultura.
Mas então pra que aceitar Jesus?
Se aceitar Jesus significa mudar de cultura apenas, não existe diferença técnica entre ser evangélico e ser budista, é o mesmo que trocar de partido político, eu era pmdebista agora sou petista. Se aceitar a Jesus significa mudança de comportamento, muitos não precisariam dele, Seguir aos ensinamentos de Ghandi seriam suficientes para se criar uma boa índole. Se aceitar a Jesus significa ter que ouvir música evangélica o dia todo para mostrar ao mundo sua nova cultura, eu prefiro aceitar o Bono Vox.
Enfim se aceitar a Jesus se resume a qualquer uma dessas opções ou todas elas, esse Jesus não é o mesmo das escrituras sagradas. Se Jesus não passa de um símbolo cultural, não pode ser o caminho a verdade e a vida que lemos no evangelho de João. Se Jesus é apenas um guia espiritual ele não pode ser considerado como fonte de água viva. Se Jesus é o garoto propaganda de um produto chamado vida eterna, ele não pode ser a própria vida.
Aceitar a Jesus significa muito mais do que se tornar evangélico, aceitar Jesus não é uma mudança de vida, mas um novo nascimento, não significa isolar-se do mundo, mas influencia-lo positivamente.
Tornar-se Cristão é ser reconhecido como tal, sem necessidade de estar fantasiado de crente, pois não me torno maior quando sou cristão, me torno consciente de como sou fraco e merecedor de castigo por estar separado de Deus.
Não me salvo da morte como prêmio por aceitar a Jesus, Ele me salva da morte por eu reconhecer que sou merecedor dela, agora pergunto: Por que o Jesus evangélico é tão diferente do Jesus bíblico?
Quando a igreja se torna comércio, Jesus se torna produto, dessa forma responder positivamente a pergunta tratada acima significa comprar esse produto. Nossas igrejas assumiram a visão empresarial e se tornaram competidoras umas com as outras em busca de mais clientes, dessa forma fica fácil aceitar Jesus, já que não se dá a devida profundidade ao assunto, essa frase se torna um mero convite semelhante àqueles clubes que mandam um comunicado pelo correio e prometem uma bicicleta grátis ao associado.
Aceite a Jesus e ganhe inteiramente grátis uma passagem para o paraíso.
É necessário que cada um assuma o papel de discípulo de Jesus e mostre ao mundo que Jesus é a diferença, Jesus é a resposta ao maior problema da humanidade, o afastamento de Deus. Dessa forma, evangelizar será muito mais do que implorar para que pessoas aceitem Jesus, será o prazeroso processo de mostrar o amor de Deus as pessoas, cultivando amizades, sendo diferente e não isolado do mundo, sendo uma pessoa que reflita o caráter do Jesus bíblico.
Não pergunte a alguém se ele aceita a Jesus, mas faça com que ele mesmo sinta o desejo de conhecê-lo.

domingo, 14 de julho de 2013

Saudações,

É com muita alegria que crio esse blog. O nome Theoscore representa aquilo que será o assunto principal (core) deste blog: teologia.
Disponibilizarei neste espaço estudos, artigos, vídeos e qualquer material que achar interessante sobre o assunto. Utilizarei material próprio em parte, bem como material de amigos, teólogos da atualidade e citações de teólogos da antiguidade.
Tenho como principal objetivo aumentar o interesse dos leitores pela palavra de Deus, favorecendo discussões saudáveis acerca do tema.

Espero que o Theoscore cumpra seu papel. Eu como autor estarei sempre aberto a comentários e sugestões que venham a agregar na função de gratuitamente disponibilizar conteúdo teológico.

Um grande abraço

Carlos David Franciscon